Padronização
O publicitário Zico Farina tem esperança de resolver o problema. Ele criou no começo deste ano o blog SidewalkingSP para defender a padronização dos passeios. "A ideia surgiu quando tentei levar meu filho para dar uma volta de carrinho. Era impossível", lembra o gaúcho, que mora há 12 anos em São Paulo.
O publicitário Zico Farina tem esperança de resolver o problema. Ele criou no começo deste ano o blog SidewalkingSP para defender a padronização dos passeios. "A ideia surgiu quando tentei levar meu filho para dar uma volta de carrinho. Era impossível", lembra o gaúcho, que mora há 12 anos em São Paulo.
O arquiteto Sérgio Teperman, autor do livro As Cidades Vivas, Viva as Cidades! (editora Senac), precisa, vez por outra, deslocar-se de cadeira de rodas. "É um sufoco andar pelas calçadas com um material que não seja seus pés. Eu desisti de sair de casa com minha cadeira, impossível circular, ela empaca", esbraveja o arquiteto, para quem as calçadas da cidade estão descalças.
As normas de construção de passeios em Sao Paulo, que existem, não são cumpridas por aqui. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, as calçadas, entre outras coisas, devem "possuir superfície regular, firme, contínua e antiderrapante sob qualquer condição; ter inclinação longitudinal acompanhando o greide da rua; ter inclinação transversal constante, não superior a 2%; possuir largura mínima de 1,20 metro; e ser livre de qualquer interferência ou barreira arquitetônica".
Variados pisos brotam do chão. Formam um mosaico de formas, cores e texturas. Tem de tudo, do concreto às pedras, dos bloquetes às lajotas. Encontro até o famoso desenho geometrizado do estado de São Paulo com ladrilhos, ícone da cidade. Sinto falta apenas das históricas calçadas com pedras portuguesas, obras-primas dos quase extintos mestres calceteiros. Uma profusão de revestimentos que ostenta lá sua poesia, mas denuncia também uma legislação ultrapassada, a que confere aos munícipes a responsabilidade de construir e manter os passeios da cidade.
"Não conheço nenhum outro país que funcione assim", estranha o britânico Philip Gold, consultor internacional de segurança viária, mobilidade urbana e acessibilidade. A ideia de Gold para as cidades brasileiras é ambiciosa e simples. Ele defende a criação de uma rede viária de circulação a pé. E uma rede contínua, que permita a qualquer um ir de um ponto a outro com as próprias pernas - ou braços, no caso dos cadeirantes -, sem obstáculos.

The Pothole Gardener é um projeto para chamar a atenção dos passeios em Londres. Um show de criatividade urbano. No lugar dos buracos, pequenos jardins com centímetros de tamanho, são construídos.

fonte:SidewalkingSP.,site de vida simples.
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