Você sabia que a cerveja Malt 90, lançada durante a primeira edição do Rock in Rio, em 1985, teve nome inspirado no da banda Gang 90 & As Absurdettes, liderada por Júlio Barroso? E que ao sobrevoar a Cidade do Rock de helicóptero, o idealizador do festival Roberto Medina ficou horrorizado ao ver os metaleiros com os dedos indicador e mindinho levantados, por acreditar que o estavam chamando de “corno”? Essas são apenas duas histórias saborosas reunidas no livro “Rock in Rio – A História do Maior Festival de Música do Mundo”, do jornalista Luiz Felipe Carneiro.
Em quase 400 páginas, o jornalista carioca relata os bastidores de cada uma das três edições do Rock in Rio no Brasil e comenta cada um dos shows, devidamente divididos em capítulos que acompanham todas as noites separadamente. Com shows inesquecíveis e fiascos homéricos, no final, fica-se com a sensação de que o festival realmente marcou a história da música no Brasil e no mundo.

Yahoo! – Qual você considera a maior importância de cada uma dessas edições e no que elas mais se diferenciaram uma das outras?
Luiz Felipe Carneiro – A primeira edição abriu as portas do mercado brasileiro para o showbusiness. Basta ver a quantidade de shows que começou a rolar pelo Brasil após 1985. O festival de 1991 foi importante para consolidar a marca “Rock in Rio”, apesar de considerá-lo um pouco “estranho”, mesmo tendo contado, na minha opinião, com a melhor escalação de artistas de todas as edições do Rock in Rio (inclusive os realizados em Madri e Lisboa). Eu acho que foi uma edição “estranha”, porque a Guerra do Golfo tinha acabado de estourar, e a gente estava vivendo um clima de medo e incerteza. E também pelo fato de o “Plano Collor” ter sido editado havia pouco tempo. Já a terceira edição foi o “reencontro”. Penso que pouca gente imaginava que o Rock in Rio voltaria a acontecer dez anos depois de sua última edição. E ele voltou de uma forma fantástica, com uma Cidade do Rock linda, Tenda Brasil, Tenda Raízes, Tenda Eletrônica... E a escalação, mais uma vez, foi fantástica, com pelo menos, quatro shows históricos: Iron Maiden (que gravou um DVD), Guns n’ Roses (que não se apresentava ao vivo fazia oito anos), R.E.M. (o primeiro show dessa banda, uma das maiores do mundo, no país) e o Neil Young (bom, esse dispensa maiores comentários...). Quanto às diferenças, acho que houve uma evolução natural que seguiu a linha evolutiva desses grandes festivais. O primeiro foi algo no estilo “vamos ver o que vai dar”. Já o terceiro, como eu escrevi acima, era algo muito mais profissional. O segundo, por ter ficado restrito ao estádio do Maracanã, não teve o mesmo brilho (em termos de estrutura). Acho que a proposta do Rock in Rio é a pessoa “viver” a Cidade do Rock. E não apenas assistir a meia dúzia de shows. E, no Maracanã, a plateia ficava restrita aos shows.
Luiz Felipe Carneiro – A primeira edição abriu as portas do mercado brasileiro para o showbusiness. Basta ver a quantidade de shows que começou a rolar pelo Brasil após 1985. O festival de 1991 foi importante para consolidar a marca “Rock in Rio”, apesar de considerá-lo um pouco “estranho”, mesmo tendo contado, na minha opinião, com a melhor escalação de artistas de todas as edições do Rock in Rio (inclusive os realizados em Madri e Lisboa). Eu acho que foi uma edição “estranha”, porque a Guerra do Golfo tinha acabado de estourar, e a gente estava vivendo um clima de medo e incerteza. E também pelo fato de o “Plano Collor” ter sido editado havia pouco tempo. Já a terceira edição foi o “reencontro”. Penso que pouca gente imaginava que o Rock in Rio voltaria a acontecer dez anos depois de sua última edição. E ele voltou de uma forma fantástica, com uma Cidade do Rock linda, Tenda Brasil, Tenda Raízes, Tenda Eletrônica... E a escalação, mais uma vez, foi fantástica, com pelo menos, quatro shows históricos: Iron Maiden (que gravou um DVD), Guns n’ Roses (que não se apresentava ao vivo fazia oito anos), R.E.M. (o primeiro show dessa banda, uma das maiores do mundo, no país) e o Neil Young (bom, esse dispensa maiores comentários...). Quanto às diferenças, acho que houve uma evolução natural que seguiu a linha evolutiva desses grandes festivais. O primeiro foi algo no estilo “vamos ver o que vai dar”. Já o terceiro, como eu escrevi acima, era algo muito mais profissional. O segundo, por ter ficado restrito ao estádio do Maracanã, não teve o mesmo brilho (em termos de estrutura). Acho que a proposta do Rock in Rio é a pessoa “viver” a Cidade do Rock. E não apenas assistir a meia dúzia de shows. E, no Maracanã, a plateia ficava restrita aos shows.
Yahoo! – Você realmente acredita que o Rock in Rio impulsionou o mercado musical e o showbusiness no Brasil? Por quê?
Luiz Felipe Carneiro – Sim. Antes de 1985, os artistas morriam de medo de vir ao Brasil. Van Halen e The Police, por exemplo, tiveram problemas no recebimento dos respectivos cachês, quando vieram para cá no início dos anos 80. Em 1984, quando o Roberto Medina fez a sua primeira viagem aos Estados Unidos, à procura de bandas para o Rock in Rio, ouviu o seguinte do empresário do Queen, Jim Beach: “mesmo que fosse um empresário europeu ou americano me propondo a participação do Queen em um evento desse tipo, eu não toparia, muito menos vindo de um empresário brasileiro.” Depois, ele acabou mudando de ideia. Mas demorou... Após o Rock in Rio, penso que os artistas viram que era possível realizar grandes shows no Brasil, e ganhar dinheiro. Pouco tempo depois, tivemos David Bowie, Paul McCartney, Sting, Tina Turner... O Rock in Rio foi fundamental para que tudo isso acontecesse.
Luiz Felipe Carneiro – Sim. Antes de 1985, os artistas morriam de medo de vir ao Brasil. Van Halen e The Police, por exemplo, tiveram problemas no recebimento dos respectivos cachês, quando vieram para cá no início dos anos 80. Em 1984, quando o Roberto Medina fez a sua primeira viagem aos Estados Unidos, à procura de bandas para o Rock in Rio, ouviu o seguinte do empresário do Queen, Jim Beach: “mesmo que fosse um empresário europeu ou americano me propondo a participação do Queen em um evento desse tipo, eu não toparia, muito menos vindo de um empresário brasileiro.” Depois, ele acabou mudando de ideia. Mas demorou... Após o Rock in Rio, penso que os artistas viram que era possível realizar grandes shows no Brasil, e ganhar dinheiro. Pouco tempo depois, tivemos David Bowie, Paul McCartney, Sting, Tina Turner... O Rock in Rio foi fundamental para que tudo isso acontecesse.
- Yahoo! - Você esteve presente em quais edições do Rock in Rio e quais são as suas maiores lembranças e os shows que mais gostou?
Luiz Felipe Carneiro – Estive presente nas edições de 1991 e de 2001. Em 1991, tinha 11 anos de idade, mas me lembro perfeitamente de tudo. Os shows antológicos do Guns n’ Roses, do INXS, do George Michael e do Faith No More, o cheiro de urina que impregnou o estádio, as pessoas na arquibancada se jogando no gramado para ficar mais perto dos artistas... Em 2001, uma lembrança inesquecível, logo que entrei na Cidade do Rock, foi um grupo de pessoas que armou uma roda em volta de uma árvore que o Roberto tinha plantado logo que acabou a primeira edição. Elas davam voltas na árvore e cantavam o jingle do festival. Gente de todas as idades. Eu também me lembro bem de shows maravilhosos, especialmente os do R.E.M. e do Neil Young. Outra coisa que me chamou a atenção foi a multidão do último dia, quando o Red Hot Chili Peppers se apresentou. Era tanta gente (250 mil), que quando entrei na Cidade do Rock, eu não conseguia me localizar. Não tinha a mínima ideia onde estava localizado o gigantesco Palco Mundo, para você ter uma ideia. E, apesar dos meus cinco anos de idade à época, também me lembro bem da primeira edição. Eu morava no 26º andar de um prédio na Barra da Tijuca. Era um dos poucos prédios da Barra. E dava para ver exatamente o pontinho de luz da Cidade do Rock. De lá saíam luzes que varriam o céu e, acredite, já me deixavam com os olhos cheios de lágrimas.Yahoo! – Pode contar algumas das curiosidades que estão reunidas no livro e que mais o surpreenderam?
Luiz Felipe Carneiro – Nossa, são tantas... Tem aquela clássica da história do sino do AC/DC, que a banda australiana queria porque queria trazer para o show. O tal sino pesava duas toneladas e teve que chegar aqui via navio. Na hora de pendurar o sino no palco, surpresa... O teto não suportaria aquele peso todo. O cenógrafo Mario Monteiro mandou, as pressas, que a sua equipe de cenografia fizesse outro, igualzinho, de gesso e isopor. Colocaram o sino no alto do palco e ninguém reparou nada - o original ficou “escondido” no depósito atrás do palco. Quando o AC/DC estava indo embora do país, o Mario Monteiro e o produtor Luiz Oscar Niemeyer decidiram abrir o jogo para o empresário do grupo: “o sino era falso”. O empresário não deixou por menos: “então eu poderia levá-lo comigo? Não é a primeira vez que esse problema acontece...”. Ainda existem outras diversas histórias legais, como o namoro do Freddie Mercury com o motorista que o atendeu, as andanças do Prince pelas boates da Zona Sul do Rio de Janeiro, a quase prisão em flagrante do baixista do Queens Of The Stone Age, que tocou pelado na terceira edição...Yahoo! – No que você acha que a edição 2011 do Rock in Rio se destacará com relação às outras e aos outros festivais realizados recentemente no Brasil?
Luiz Felipe Carneiro – Pelo que está sendo noticiado, a quarta edição do Rock in Rio será absolutamente diferente de tudo o que foi feito no Brasil anteriormente. A Cidade do Rock terá montanha-russa, roda-gigante, rock street... Se vai ser melhor, eu realmente não sei. Mas tenho certeza que teremos alguns grandes shows, como os do Stevie Wonder, do Elton John e do Metallica.fonte:Rock in Rio ,yahoo,
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