sábado, 17 de março de 2012

18 de março.............1967.........a 45 anos atrás..



matéria feita pelo Jornalista Salim Burihan em março de 2007..........mostram que ainda hoje temos problemas  um estudo feito pela UNESP  na época   mostra que temos 18 áreas de risco  onde moram 250 famílias........!!!!.........

FOTO: ARQUIVO/AE
A lama vermelha ,amolecida por três dias de chuva forte, deslizou sobre a cidade ,encobriu as casas ao pé da serra , por cima vieram arvores inteiras ,derrubando paredes  e se amontoando na estrada.Dez minutos depois Caraguatatuba  quase não existia mais.....Assim o jornalista Gabriel Manzano abria a reportagem  publicada  pelo Jornal da tarde em 20 de março de 1967, guando foi  enviado para cobrir a catástrofe que se abateu sobre a cidade do litoral paulista .Com 436 mortos , segundo a Organização das Nações Unidas , o deslizamento foi o quarto maior desastre natural da historia do Brasil.
A falha na vegetação da Serra do Mar na região de Caraguatatuba , onde houve o deslizamento , é uma cicatriz que persiste .Nem quatro década foram capazes de apagar.A natureza também sabe ser cruel.
Cidade morta. Naqueles dias , para os caraguatatubenses era como se o mundo tivesse acabado. Sem exagero.Todas as 240 lojas da cidade fecharam suas portas , num luto forçoso e espontâneo. A luz acabou .Comida e gasolina foram racionadas .O necrotério municipal se transformou  num pulsante centro nervoso, tamanho o número de corpos que não paravam de chegar.No horizonte , o mar também era um retrato da tragédia , cada onda que quebrava trazia junto um cadáver . Caraguatatuba fora tomada de surpresa pela morte , tão de surpresa que o Doutor Nakamura , médico da Santa casa de là , viu seu paciente morrer na mesa de cirurgia .Ele  operava uma úlcera supurada.Caiu a tromba d`água, o Rio Santo Antonio subiu. O aguaceiro invadiu o hospital .Dr. Nakamura não parou a operação. A água subindo Dr.Nakamura concentrado ,a água subindo mais , já em seus joelhos .Ele só parou a cirurgia quando percebeu que o paciente já não respirava mais....Tão de surpresa que seu Severino , coveiro identificado pelos jornais da época somente ia pelo primeiro nome, e nome que nos lembra as mortes  e vidas severinas pintadas pelo poeta joão Cabral, se queixava que seu coração não dava para essas coisas , não .Antes , ele nunca havia enterrado mais de três pessoas num único dia .Ai foram mais de 100 por vez , mais da metade deles sem nome, sem nada .Quinze em cada vala!!!!!!!!!!
 Mas a solidariedade não tardou .O ser humano, assim como a natureza , é cruel .Mas na hora do aperto , sabe-lá como , consegue estender mãos ,braços ,bolsos e gestos .Donativos de São Paulo chegavam em três  aviões  e de navio, via porto de Santos .Caraguatatuba não tinha roupa, a cidade tinha fome....No dia seguinte á tragédia , ali estavam remédios ,20 sacas de feijão,450 latas de leite em pó , 300 cestas básicas  uma sem latas de biscoito...........

Crônica Urbana,escrita por Edison Veiga,matéria 2011




Eu penso que já de há muito o Governo Estadual deveria ter definido a Atividade Turística como a atividade econômica prioritária para o Litoral Norte do estado. Ou seja, todas as outras atividades deveriam ser coerentes e compatíveis com essa definição.
Dessa forma, tenho para mim que a instalação neste litoral de empreendimentos petro ou alcoolquímicos, ou outros empreendimentos do gênero, não é compatível com a definição anterior estratégica da indústria do turismo como principal sustentação do desenvolvimento econômico e social da região.
Agora, para tanto, é preciso que essa definição estratégica anterior se faça de forma a prover um desenvolvimento econômico e social capaz de atender as necessidades da população local (infraestrutura turística, escolas de turismo e hotelaria, etc, etc), o que hoje não acontece de maneira programada e séria. É justamente por isso que ficam enfraquecidos os argumentos contrários à instalação de outro tipo de atividade econômica na região. E maus administradores públicos e privados se valem disso até para, desonestamente, justificá-los.
Ao mesmo tempo, a faixa litorânea, aí incluindo nossa Serra do Mar, é de altíssima vulnerabilidade geológica e ambiental. Assim sendo, ainda que a Engenharia consiga dotar um empreendimento de todas as normas de segurança, fica a possibilidade permanente e inexorável de um acidente de inimagináveis repercussões ambientais e sanitárias.

Geografo:Alvaro Rodrigues dos Santos

Ex-Diretor da Divisão de Geologia e de Planejamento e Gestão do IPT; Consultor em Geologia de Engenharia, Geotecnia e Meio Ambiente; Autor dos livros "Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática" e "A Grande Barreira da Serra do Mar"












E graças a Produtora Encruzilhada que realizava um documentário sobre a catástrofe ,que o cineasta e Diretor de tv Caio Vecchio , que foi descoberto as ossadas das pessoas que morreram na tragédia no cemitério local , Fundacc   que ajudava o  Diretor  em seu documentário ,resolveu  fazer um monumento no cemitério local, onde foi   projetado pelo Arquiteto Mauro Apingora , que utilizou toras de madeira numa alusão  as arvores que desceram, a encostas destruindo a cidade na  Catástrofe  de 67 .....!!!  o numero de contingente de mortes registrados na região foi de 436 pessoas...................!!!



HOJE FICO PENSANDO DE QUEM È A CULPA!!! COM A NATUREZA.NINGUÉM  BRINCA...!!! DEVEMOS SIM RESPEITAR !!.


fonte; jornal valeparaibano,fotos arquivo pessoal Shirley Burihan,O Estadão de 2010,

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