quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sal teu sabor , seu cheiro...................



Não estranhe se algum garçom aparecer na sua mesa com uma pedra maciça de sal e, de ralador em punho, salpicar o seu prato com cristais das mais distantes paragens. Camboja, Chipre, Havaí, Himalaia, Irã, Tailândia... Ou Trapani, Sicília; Essex, Inglaterra; Algarve, Portugal; Camargue, Guérande; e Ilha de Ré, a famosa fleur de sel da França.


E daqui também, colhidos em Mossoró, Rio Grande do Norte. Fora as versões perfumadas com alfazema, limão siciliano, rosas...
Mais de três mil anos depois de dar origem à palavra salário e de se tornar o mais valioso meio de conservação de alimentos, o velho sal volta ao topo. E faz seu solo. Estamos, definitivamente, na era pró-sal.
Veja, por exemplo, o que está por trás das pitadas do japonês Blue Label, entre os mais caros e raros sais do planeta. Ele é extraído por evaporação das águas cristalinas da Ilha de Oshima, que fica a 40 minutos de voo de Tóquio. Para o bem de nosso bolso, o tal Blue Label ainda não deu o ar da sua graça por aqui. Na realidade, talvez nem dê: é que, para se comprar uma porção dessa verdadeira relíquia, é preciso antes ser membro do fechado Salt Road Club, clube frequentado só por aficionados por... sal. E de carteirinha numerada em punho.

 

Daí, pode reparar: de uns tempos para cá, virou prática comum entre os amantes da boa mesa voltar de viagem com a mala cheia de vidrinhos e saquinhos com as mais exóticas versões de sais do mercado. O restaurateur carioca Eduardo Preciado, dono do japa Minimok arrematou em Nova York uma pedra de sal do Himalaia na deli Dean & DeLuca. Detalhe: a pedra rosada que trouxe camuflada na mala pesava quatro quilos.
. A doceira de mão-cheia Samantha Aquim, do bufê e loja Aquim, é outra confessa amante do tema. E colecionadora.— Tenho sais do mundo inteiro, incluindo aromatizados, defumados, coloridos e afins. Meu xodó do momento é um fantástico de açafrão, da espanhola SOSO — conta a pâtissière, que vende em sua loja versões caseiras, combinadas com pimenta doce, noz moscada, grão de coentro; toques mágicos sobre peixes , grelhados e queijos
  




Ellen Casagrande, dublê de padeira e chef do bistrô Escola do Pão, no Jardim Botânico, há quatro anos pesquisa sais. O interesse começou em uma lojinha em Paris, onde foi apresentada às pedras de Caxemira. Originários do Paquistão, no coração das montanhas do Himalaia, esses diamantes de sal são provenientes de depósitos subterrâneos que se formaram durante milênios, a partir de lagos extintos. Como têm textura fina e sabor suave, Ellen gosta de salpicá-los sobre pescados, mas nunca durante o cozimento. Rala na hora, e usa segundos antes de servir. O sal da Iha de Ré, no Atlântico, é puríssimo. Todos os anos, a região recebe um prêmio concedido aos menos poluidores da costa francesa
E tem o sal indiano, o peruano, o incrível havaiano com seus grãos pretos extraídos dos vulcões.... mas aqui com os meus sais, gosto mesmo é do ingles Maldon, prá mim, o melhor ploft no céu da boca...

 

.Outra pitada: no ranking dos caríssimos, a flor de sal defumada, com notas minerais e gostinho longe que remete às algas da Normandia, vai para o pódio. Sente só: seus cristais são defumados em barricas de carvalho usadas antes no envelhecimento de grandes safras de vinhos. Seu preço? Quatrocentas mil vezes mais caro que o sais comuns


Flor de sal , guerrain , sal do Himalaia , sal aromatizado com vinho e o sal negro do Havai são alguns dos temperos que podem dar um toque especial em qualquer prato


fonte:anotações de uma gastromaníaca



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