quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A TRAJETÓRIA DE TOMIE OHTAKE, em seu centenário!


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Tomie Ohtake (Kyoto, Japão 1913


Pintora, gravadora, escultora.

Vem para o Brasil em 1936, fixando-se em São Paulo. Em 1952, inicia-se em pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, integra o Grupo Seibi, do qual participam Manabu Mabe (1924 - 1997), Tikashi Fukushima (1920 - 2001), Flavio - Shiró (1928) e Tadashi Kaminagai (1899 - 1982), entre outros. Após um breve período de arte figurativa, a artista define-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970, trabalha com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Surgem em suas obras as formas orgânicas e a sugestão de paisagens. Na década de 1980, passa a utilizar uma gama cromática mais intensa e contrastante. Dedica-se também à escultura, e realiza algumas delas para espaços públicos. Recebe, em Brasília, o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura - Minc, em 1995. Em 2000, é criado o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.


Painel em tapeçaria no auditório do Memorial da América Latina (1999)
Painel em tapeçaria no auditório do Memorial da América Latina (1999) (Foto: Divulgação)


Um dos maiores nomes da arte moderna brasileira é de origem japonesa. Tomie Ohtake, celebrada artista do abstracionismo informal e mãe do também importante arquiteto Ruy Ohtake,

A dama das artes plásticas brasileiras, como é conhecida pela crítica, veio para o Brasil aos 21 anos de idade, e passou a morar na cidade de São Paulo.

Sua carreira artística, no entanto, começou em 1953, aos 40 anos de idade. Logo em seus primeiros anos de arte, atingiu uma exposição individual no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo), em 1957. Seu trabalho à época era caracterizado pela simplicidade de formas, mas já com presença marcante das cores.

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Ladeira da Memória, Anhangabaú, pintura da empena cega do edifício, 1984, dimensões 55x22m

Ladeira da Memória, Anhangabaú, pintura da empena cega do edifício, 1984, dimensões 55x22m
(Foto: Divulgação)

Seu verdadeiro 
amadurecimento artístico veio, no entanto, na década de 1960, quando se naturalizou brasileira. Nessa época, a artista passou a enveredar definitivamente pelo abstracionismo informal. Com sua obra aliando cada vez mais a técnica à personalidade, ela dedicou-se ao estudo da relação entre formas e cores, tornando seu trabalho mais profundo nesse sentido.

A verdadeira fascinação em sua obra passa a ser, então, a relação entre as formas geométricas, suas cores e o plano branco em que se inseriam. A emoção de suas pinturas vinha dessa alternância visual bem construída. Nessa fase, a artista atinge duas exposições de pintura em Washington e uma em Nova York.

Estação do metrô Consolação (1991), pastilhas vitrificadas 


Teatro do Auditório Ibirapuera
(Foto: Divulgação)
Nos anos 70, ela passa a diminuir os espaços em branco dentre suas formas até extingui-los e, nessa nova fase, a cor é que dá o contorno à sua obra, tornando-a em geral mais viva, mas também eventualmente mais misteriosa. Nessa década, chega a expor em Milão e Roma, em 1975 e 1976, respectivamente, coleções individuais de suas pinturas, entre diversas outras aparições dentro e fora do Brasil.

Já na década de 80, a artista passa a trabalhar com temas e técnicas diferenciados. No campo da temática, passa utilizar desde a natureza até a sensualidade. E passa a empregar pinceladas justapostas e sobrepostas, o que dá, pela primeira vez, um relevo perceptível em suas pinturas, que passam a ser ainda mais intensas.
Nos anos 90, a pintura de Tomie passa a apresentar ainda mais transparência e profundidade, o que fazia as obras parecerem vindas direto do espaço sideral, segundo a crítica.

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.Além da pintura, Tomie também trabalhou com a gravura e a escultura durante sua carreira. Fez gravuras desde a década de 60 e as expôs também ao redor do mundo. Como escultora, ela produziu mais a partir da década de 90, e também atingiu grande reconhecimento. Tanto que algumas de suas esculturas em grande escala ornamentam grandes cidades brasileiras. Em São Paulo, Tomie assina a escultura de concreto na Avenida 23 de maio, entre outras.

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Com cinco aparições na Bienal Internacional de São Paulo e inúmeras exposições individuais e coletivas ao redor do planeta, a artista goza de um reconhecimento admirável enquanto artista plástica. Tanto que um centro cultural, o Instituto Tomie Ohtake, leva seu nome, homenageando-a por sua importância na arte e na cultura brasileira.



Escultura no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (2008) 
(Foto: Divulgação)

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Santos

"Eu nunca pintei com o emocional. Sempre pintei mais friamente. É sempre colocando camada, camada, camada. Colocando muitas cores, camada, camada, até chegar onde eu quero. O gesto era bem mais calmo, caía sempre sobre a tela e seguia uma direção que era mais mental".
Tomie Ohtake




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